No dia-a-dia, cada vez mais as pessoas ficam ligadas ao mundo virtual, desvalorizando ou até mesmo esquecendo as relações interpessoais. Hoje e fácil contactar com alguém famoso através de uma rede social mas pelo contrário, torna-se cada vez mais difícil dizer olá ao nosso vizinho, pegar na mão dos nossos avós e desfrutar de uma tarde com os amigos. Tudo tem de ser (híper) partilhado na rede, porém nada é vivido e desfrutado. Perdemos tempo demais a dizer e a mostrar o que estamos a fazer que acabamos por nem ter tempo de o fazer, ou muitas das vezes nem o fazemos com tanto prazer como faz transparecer a nosso partilha online.

Vamos almoçar com os amigos e no Instagram já bomba uma foto do nosso “delicioso prato#amigos#jantarfora” mas será que soubemos a que sabe o tal prato maravilha? Estaria salgado? Doce? Amargo? Estaria, sequer, delicioso? Quem comeu o prato, tu ou os olhos, através da fotografia? E conversar, será que houve trocas de palavras, debate de assuntos interessantes, ou partilhar, comentar, “twittar”, colocar “like” ocupou-te tanto tempo que ficou demasiada comida no prato e infindáveis conversas para ter?

Hoje as famílias sentam-se à mesa ou no sofá da sala em frente ao televisor ligado para provocar ruído e a mãe está no seu portátil, o pai com o seu smartphone e até a filha já tem o seu tablet. Se precisamos disto tudo? Se a tecnologia nos trás vantagens? Claro que sim, mas e que tal esquecermo-nos do telemóvel por um dia?